Não sei o que está acontecendo comigo!
Há um tempo atrás, um amigo me disse que por trás da fragilidade quase pueril, havia uma guerreira que não se deixava abater. Outro amigo meu disse-me que eu era como o bambu, de aparência frágil e delicada mas que enfrentava grandes tempestades e ainda cantava em meio a elas e que apesar de por muitas vezes quase tocar o chão, sempre se ergue no fim do vendaval!
Eu mesma sempre tive a música Verde como meu hino pessoal, porque apesar de tantos sofrimentos eu sempre conseguia permanecer rindo e cantando, até nos momentos mais difíceis...
Sempre gostei das pessoas de dar atenção e de cuidar delas, por este motivo fiz tantos amigos queridos...
Sempre acreditei que era importante cuidar das pessoas e que quem cuida dos outros não tem tempo para pensar nos problemas e por isso vive mais contente e feliz!
E agora? Já não sei o que pensar pois estou com síndrome de Atlas - carregando o mundo nas costas. Estou me sentindo muito cansada, esgotada, sem motivação, sem ânimo...
Tenho o meu trabalho de cada dia que dá o meu sustento e da minha família. Em casa, tenho quatro dependentes dos meus cuidados e dos meus serviços diários...
Entra dia e sai dia e eu estou sempre cuidando da casa, dos filhos, da minha mãe, da comida, da roupa, do meu trabalho...
Tenho o Jiu-Jitsu e o Aikido... só que nem as lutas estão me dando prazer ultimamente. Acho que já estou travando uma luta diária tão intensa que as outras não estão se sobressaindo.
Realmente cuidar de todo mundo não deu tempo para eu pensar nos meus problemas e fui colocando-os embaixo do tapete, agora eles estão tão grandes que sinto como se estivessem me engolindo... Eu não consigo dar conta deles e me sinto cada vez mais incompetente e incapaz...
Tudo isto só me deixa cada vez mais sem tesão de viver.
Nunca me senti tão só em toda minha vida, sinto falta dos meus amigos... Amigos de verdade... Sinto falta de colo, sinto falta de alguém pra me ouvir, pra dividir... Não que eu não tenha amigos aqui, mas ... é diferente...
Passei a vida cuidando de dos outros e hoje me pergunto: Quem cuida de mim?
Be nice to me, I've had hard days!